terça-feira, 2 de setembro de 2014

Correntes de Pensamento Filosófico_Parte V: Iluminismo

Iluminismo Séc.XVIII ao XIX
Eugène Delacroix - La liberté guidant le peuple.jpg
Iluminismo gerou as correntes revolucionárias liberais.
Iluminismo ou Esclarecimento, período de transição a Contemporaneidade, é conhecido também como a "Era da Luz", a "Era da Razão" ou a "Era do Esclarecimento", foi um movimento cultural da elite intelectual europeia do século XVIII que procurou mobilizar o poder da razão, a fim de reformar a sociedade e o conhecimento herdado da tradição medieval. Promoveu o intercâmbio intelectual e foi contra a intolerância e os abusos da Igreja e do Estado. Originário do período compreendido entre os anos de 1650 e 1700, o Iluminismo foi despertado pelos filósofos Baruch Spinoza(1632-1677), John Locke (1632-1704), Pierre Bayle (1647-1706) e pelo matemático Isaac Newton (1643-1727). Príncipes reinantes, muitas vezes apoiaram e fomentaram figuras do Iluminismo e até mesmo tentaram aplicar as suas ideias de governo. O Iluminismo floresceu até cerca de 1790-1800, após o qual a ênfase na razão deu lugar ao ênfase do romantismo na emoção e um movimento Contra-Iluminismo ganhou força.
O centro do Iluminismo foi a França, onde foi baseado nos salões e culminou com a grande Encyclopédie (1751-1772) editada por Denis Diderot (1713-1784)e Jean Le Rond d'Alembert com contribuições de centenas de líderes filosóficos (intelectuais), tais como Voltaire (1694 -1778) e Montesquieu (1689-1755). Cerca de 25.000 cópias do conjunto de 35 volumes foram vendidos, metade deles fora da França. As novas forças intelectuais se espalharam para os centros urbanos em toda a Europa, nomeadamente InglaterraEscócia, os estados alemães, Países Baixos,RússiaItáliaÁustria e Espanha, em seguida, saltou o Atlântico em colônias europeias, onde influenciou Benjamin Franklin e Thomas Jefferson, entre muitos outros, e desempenhou um papel importante na Revolução Americana. Os ideais políticos influenciaram a Declaração de Independência dos Estados Unidos, a Carta dos Direitos dos Estados Unidos, a Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão e a Constituição Polaco-Lituana de 3 de maio de 1791.
Enciclopedismo foi um movimento filosófico-cultural desmembrado do Ilustracionismo, desenvolvido na França e que buscava catalogar todo o conhecimento humano a partir dos novos princípios da razão. Foi impulsionado por VoltaireDiderot e d'Alembert, além de MontesquieuRousseauBuffon e do barão d´Holbach.
Através deste movimento se buscou desenvolver uma obra monumental, que constava de 28 volumes (17 de texto e 11 de lâminas), no que se resumiria o pensamento ilustrado da época, ou seja, todo o saber de seu tempo, e que se denominou Enciclopédia. O primeiro volume prolongado por D'Alembert, apareceu em 1751, e o último em 1772. As estritas leis da censura na França evitaram ataques diretos à Igreja e ao Estado, mas estas duas instituições eram tratadas na Enciclopédia com ironia e desdém. Um decreto de 1752 proibiu os primeiros volumes e em 1759 foi incluída no Index (de livros proibidos aos católicos romanos), mas continuou a circular. Em 1776-1777 se publicou um suplemento de seis tomos. Na enciclopédia se incluíam tanto textos científicos como desenhos de novas máquinas. Esta enciclopedia, editada por Jean le Rond d'Alembert e Denis Diderot, ficou conhecida como Enciclopédia de Diderot.
Neoclassicismo foi um movimento cultural nascido na Europa em meados do século XVIII de retorno ao Classicismo, que teve larga influência na arte e cultura de todo o ocidente até meados do século XIX. Teve como base os ideais do Iluminismo e um renovado interesse pela cultura da Antiguidade clássica, advogando os princípios da moderação, equilíbrio e idealismo como uma reação contra os excessos decorativistas e dramáticos do Barroco e Rococó.
Contratualismo ou Contrato Social, indica uma classe abrangente de teorias que tentam explicar os caminhos que levam as pessoas a formarEstados e/ou manter a ordem social. Essa noção de contrato traz implícito que as pessoas abrem mão de certos direitos para um governo ou outra autoridade a fim de obter as vantagens da ordem social. Nesse prisma, o contrato social seria um acordo entre os membros da sociedade, pelo qual reconhecem a autoridade, igualmente sobre todos, de um conjunto de regras, de um regime político ou de um governante.
O ponto inicial da maior parte dessas teorias é o exame da condição humana na ausência de qualquer ordem social estruturada, normalmente chamada de "estado de natureza". Nesse estado, as ações dos indivíduos estariam limitadas apenas por seu poder e sua consciência. Desse ponto em comum, os proponentes das teorias do contrato social tentam explicar, cada um a seu modo, como foi do interesse racional do indivíduo abdicar da liberdade que possuiria no estado de natureza para obter os benefícios da ordem política.
As teorias sobre o contrato social se difundiram entre os séculos XVI e XVIII1 como forma de explicar ou postular a origem legítima dos governos e, portanto, das obrigações políticas dos governados ou súditos. Thomas Hobbes (1651), John Locke (1689) e Jean-Jacques Rousseau (1762) são os mais famosos filósofos do contratualismo.
Fisiocracismo ou Fisiocracia , advinda da chamada escola fisiocrática, surgiu no século XVIII e é considerada a primeira escola de economia científica. Os fisiocratas consideram o sistema econômico como um "organismo" regido por leis intrínsecas (pela ordem natural das coisas), sendo elas assim, cientificamente relevantes.
Contudo, os fisiocratas não levam a cabo essa analogia com a natureza física do mundo. Acreditam que, ao contrário das leis da natureza, que não podem ser quebradas, as sociedades podem distanciar-se da ordem natural que deveria reger os sistemas econômicos. Assim, o discurso fisiocrático aponta para um teórico ápice natural da economia, onde quem se opõe a ele fatalmente cairá em erro.
Baseavam-se na economia agrária, identificando na terra a fonte única de riqueza: uma semente é capaz de gerar mil, os recursos nela se reproduzem.
Base da constituição da ordem natural, a sociedade, unidade regida por leis necessárias apenas na medida em que as atividades econômicas dos seres humanos sejam reduzidas e integradas à unidade através de um processo que somente a troca poderia realizar. Desconsiderando as diferenças entre uma inspiração iluminista e uma pós-hegeliana, pode-se assumir essa interpretação da história como um marxismo avant la lettre.
A comparação entre a agricultura capitalista e a agricultura camponesa corroborava com a visão dos fisiocratas, que enxergavam na agricultura camponesa um atraso fadado ao fim, visto que os arrendatários capitalistas conseguiam maiores índices de produção.
Intelectualismo é a doutrina que procura a mediania entre o racionalismo e o empirismo, tendendo levemente para o último. Segundo ela, a consciência cognoscente lê na experiência os conceitos. Seu axioma fundamental é o seguinte: nihil est intellectu quod prius non fuerit in sensu ("nada está no intelecto que não tenha passado pelo sentido"). Seu fundador é Aristóteles, que teve por discípuloSanto Tomás de Aquino, que dá novo vigor à sua doutrina e juntamente com os demais escolásticos também postula o axioma supra-citado.
O conhecimento parte da experiência, contudo de sua interpretação dada pelo pensamento. As ideias são as formas essenciais das coisas. Representam o núcleo essencial e racional da coisa, núcleo que as propriedades empíricas encobrem como um véu. Partindo deste princípio metafísico, Aristóteles procura resolver o problema do conhecimento. Por meio dos sentidos, obtemos imagens sensíveis onde encontra-se incluída a essência geral, a ideia da coisa; só é preciso extraí-la. Isto tem lugar por obra de uma faculdade especial da razão humana, entendimento real ou ativo. Aristóteles diz dele que trabalha como luz: ilumina, torna de certo modo que transparentes as imagens sensíveis, de modo que ilumina no fundo delas a essência geral, a ideia da coisa. Está é recebida logo pelo entendimento virtual ou passivo, e assim se realiza o conhecimento.
Santo Tomás desenvolve-a com ligeira diferença. Segundo ele, cognitio intellectus nostri tota derivatur a sensu. Começamos recebendo das coisas concretas sensíveis (species sensibiles). O intellectus agens extrai delas as imagens essenciais gerais, as species intelligibiles. O intellectus possibilisrecebe em si estas e julga assim sobre a coisa. Dos conceitos essencias assim formados, obtém-se logo, por meio de outras operações do pensamento, os conceitos supremos e mais gerais, como os que estão contidos nas leis lógicas do pensamento.
Racionalismo é a corrente filosófica que iniciou com a definição do raciocínio que é a operação mental, discursiva e lógica. Este usa uma ou mais proposições para extrair conclusões se uma ou outra proposição é verdadeira, falsa ou provável. Essa era a ideia central comum ao conjunto dedoutrinas conhecidas tradicionalmente como racionalismo.
Racionalismo é a corrente central no pensamento liberal que se ocupa em procurar, estabelecer e propor caminhos para alcançar determinados fins 1 . Tais fins são postulados em nome do interesse coletivo (commonwealth), base do próprio liberalismo e que se torna assim, a base também do racionalismo. O racionalismo, por sua vez, fica à base do planejamento da organização econômica e espacial da reprodução social.
liberalismo é a filosofia política que tem como fundamento a defesa da liberdade individual nos camposeconômicopolíticoreligioso e intelectual, da não-agressão , do direito de propriedade privada e da supremacia do indivíduo contra as ingerências e atitudes coercitivas do poder estatal . Suas raízes remontam ao taoísmo na China antiga, ao pensamento Aristotélico grego e ao renascimento e iluminismo.
Individualismo é um conceito políticomoral e social que exprime a afirmação e a liberdade do indivíduo frente a um grupo, à sociedade e ao Estado.
O Homem do renascimento passou a apoiar a competição e a desenvolver uma crença baseada em que o homem tudo poderia,desde que tivesse vontade,talento e capacidade de ação individual.
O individualismo, em princípio, opõe-se a toda forma de autoridade ou controle sobre os indivíduos e coloca-se em oposição ao coletivismo, no que concerne à propriedade. O individualista pode permanecer dentro da sociedade e de organizações que tenham o indivíduo como valor básico - embora as organizações e as sociedades, contraditoriamente, carreguem outros valores, não necessariamente individualistas, o que cria um estado de permanente tensão entre o indivíduo e essas instâncias de vida social.
Reducionismo, em filosofia, é o nome dado a teorias correlatas que afirmam, grosso modo, que objetos, fenômenos, teorias e significados complexos pode ser sempre reduzidos, ou seja, expresso em unidades diferentes, a fim de explicá-los, a suas partes constituintes mais simples.:
Cientificismo ou cientismo é um termo forjado na França durante a segunda metade do século XIX (scientisme) para designar a escola de pensamento que aceita apenas a ciência empiricamente verificável como fonte de explicação de tudo que existe. Assim, o termo tem sido aplicado para descrever a visão de que as ciências formais e naturais têm primazia sobre outros campos de pesquisa, tais como as ciências sociais ou humanas.
O cientificismo é também, por vezes, identificado por alguns como sendo a "religião dos céticos" ou mesmo "religião da ciência", dados as suas intransigências e postura às vezes inflexíveis quanto à capacidade do empirismo e da ciência proverem resposta para toda e qualquer questão, e não apenas para aquelas questões que em acordo com a definição encontram-se sob notório escopo da ciência. Nesse contexto o cientificismo caracteriza-se por um naturalismo exacerbado que em termos de origem e suposta abrangência por vezes diverge do naturalismo metodológico presente na ciência moderna.
Naturalismo é a visão de que o método científico é a única forma efetiva de investigar a realidade universal. O naturalismo não necessariamente diz que os fenômenos e hipóteses inicialmente descritos como sobrenaturais não existem ou são necessariamente forjados, mas defende que todos os fenômenos no universo que podem de alguma forma ser percebidos e estudados pelo homem são passíveis de serem estudados pelos mesmos métodos atrelados aos estudos dos fenômenos naturais já conhecidos (método científico), e que portanto qualquer coisa considerada inicialmente sobrenatural é ou inexistente - se não uma fraude uma ilusão atrelada às imperfeições dos sentidos - ou equivalente a um fenômeno natural. Alguns naturalistas insistem que uma distinção legítima entre entidades sobrenaturais e entidades naturais não é sequer passível de ser feita em termos conceituais.
Fisicalismo é a doutrina filosófica segundo a qual a linguagem da Física deverá ser a linguagem de toda a ciência. Para o fisicalismo, mente é igual a corpo, e tudo se reduz a um processo físico, não existem idéias privadas.
É uma doutrina filosófica de que tudo o que existe no mundo espaço-temporal não é mais do que as suas propriedades físicas. Toda a propriedade de uma coisa física ou é uma propriedade física ou uma propriedade que de algum modo está intimamente relacionada com a sua natureza física.
Na filosofia contemporânea este termo é muito utilizado em filosofia da mente e muito associado aos problemas da mente-corpo. Como o fisicalismo reclama que não há mais coisas para além das coisas físicas, pode considerar-se uma doutrina ontologicamente monista. O fisicalismo ontológico nega coisas como almas cartesianas e divindades sobrenaturais.
Materialismo é o tipo de fisicalismo que sustenta que a única coisa da qual se pode afirmar a existência é a matéria; que, fundamentalmente, todas as coisas são compostas de matéria e todos os fenômenos são o resultado de interações materiais; que a matéria é a única substância. Como teoria, o materialismo pertence à classe da ontologia monista. Assim, é diferente de teorias ontológicas baseadas no dualismo ou pluralismo. Em termos de explicações da realidade dos fenômenos, o materialismo está em franca oposição ao idealismo e ao metaficismo, deixando bem claro que o materialismo pode sim se co-relacionar com o idealismo e vice-versa em alguns casos, mas o real oposto da materialidade é mesmo o sentido da metafisicidade.
Voluntarismo é a tese que podemos adotar crenças e outras atitudes proposicionais de acordo com nossa vontade. Em outras palavras, é a tese que acreditamos porque queremos.
Descartes adota um ponto de vista voluntarista nas suas Meditações, mais especificamente na "Quarta Meditação". Spinoza se opõe ao voluntarismo nas proposições 48 e 49 da segunda parte da Ética.
Secularismo francês (em francêslaïcité - pronuncia-se [la.isite], em portuguêsLaicismo) é um conceito que denota a ausência de envolvimento religioso em assuntos governamentais, bem como ausência de envolvimento do governo nos assuntos religiosos. O secularismo francês tem uma longa história, mas a legislação atual é baseada na lei francesa de 1905 sobre a separação das Igrejas e do Estado. Durante o século XX, ela evoluiu para significar igualdade de tratamento entre todas as religiões, embora uma interpretação mais restritiva do termo tem sido desenvolvida desde 2004. Apesar de dicionários ordinariamente traduzirlaïcité como secularidade ou laicidade (sendo este último o sistema político) , tais conceitos não devem ser confundidos: laicismo não se confunde com laicidade.
Deísmo é uma posição filosófica naturalista que aceita a existência e natureza de Deus (Criador ou não) através da razão, do livre pensamento e da experiência pessoal, em vez dos elementos comuns das religiões teístas como a revelação direta, ou tradição. Deus é um Criador ou Organizador do Universo, é a primeira causa da filosofia deísta. Em palavras mais simples: um deísta é aquele que está inclinado a afirmar a existência de Deus, mas não pratica nenhuma religião, não negando a realidade de um mundo completamente regido pelas leis naturais e físicas. A interpretação de Deus pode variar para cada deísta.
Vitalismo é a posição filosófica caracterizada por postular a existência de uma força ou impulso vital sem a qual a vida não poderia ser explicada. Tratar-se-ia de uma força específica, distinta da energia, estudada pela Física e outras ciências naturais, que actuando sobre a matéria organizada daria como resultado a vida. Esta postura opõe-se às explicações mecanicistas que apresentam a vida como fruto da organização dos sistemas materiais que lhe servem de base. É um aspecto do voluntarismo que argumenta que os organismos vivos (não a matéria simples) se distinguem das entidades inertes porque possuem força vital (ou élan vital, em francês) que não é nem física, nem química. Esta força é identificada frequentemente com a alma, termo amplamente utilizado pelos sistemas religiosos. Os vitalistas estabelecem uma fronteira clara entre o mundo vivo e o inerte. A morte, diferentemente da interpretação que lhe é dada pela ciência moderna, não seria efeito da deterioração da organização do sistema, mas resultado da perda do impulso vital o da sua separação do corpo material.
Mecanicismo é uma caracteristica da Administração Científica onde as organizações eram vistas como um arranjo rígido, construídas a partir de um projeto e montadas como peças mecânicas. A máxima eficiência era procurada através da avaliação pormenorizada do seu funcionamento. O lado humano, as emoções e os relacionamentos foram ignorados. As pessoas eram consideradas preguiçosas e ineficientes e precisavam ser controladas e estimuladas financeiramente para que cumprissem suas obrigações.
Determinismo (do verbo determinar, do latim determinarede - prefixo de negação - e terminare - terminar, limitar, finalizar - assim determinare significa literalmente "não-terminar", "não-limitar") é a teoria filosófica de que todo acontecimento (inclusive o mental) é explicado pela determinação, ou seja, por relações de causalidade.
Embora em seu sentido mais vulgar determinismo se refira a uma causalidade reducionista (redução de todos os fenômenos do universo, por exemplo, à mecânica ou à química), causalidade não necessariamente é sinônimo de reducionismo. Há vários tipos de determinismo, cada um definido pelo modo como determinação e causalidade são conceitualizados.

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