terça-feira, 2 de setembro de 2014

Entre a loucura e a sanidade

Existe uma linha de intersecção entre a sanidade e a loucura, entre o conhecimento e a ignorância, entre a razão e a emoção, entre a imprudência e a sabedoria, entre o ciente e o inconsequente. Entre tudo aquilo que se demonstra firme, e em seu oposto se demonstra fluido, há um estado de passagem, há uma ligação que não é estável.
Se existe uma linha tênue entre a loucura e a sanidade, como saber quem é sóbrio e louco então?
Vivemos em uma sociedade aonde as pessoas buscam seguir padrões surgidos naturalmente ou artificialmente, que determinam como devemos ser, porém ao longo dos séculos o ser humano se tornou muito dependente desses padrões que por se só nos levam a insanidade sem percebermos.
Por isso muitos sábios ao longo da história são taxados de loucos, quando na verdade estavam apenas tentando nos libertar dos padrões inúteis da sociedade alienada, que caminha cada vez mais para a decadência.
Vivemos em uma sociedade de loucos que se sentem sãos, quando na verdade estão todos doentes alienados, impossibilitados de alcançarem o seu potencial mental por dependerem tanto de padrões e representações insanas.
Não existe sabedoria sem insanidade e nem loucura sem sensatez. Todos possuem os seus desejos insanos e todos buscam ser normal, quando na verdade são anormais. Enquanto isso aqueles que são sãos sentem-se obrigados a limitarem-se por serem denominados loucos. E esse é o ciclo de demência social: 
Todos sãos loucos tentando seguir padrões de normalidade que ignoram absolutamente a loucura dos sábios, e a sabedoria dos loucos.
Um sábio louco ou um louco sábio?

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